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17 de julho de 2007

Apanhados ... bloco I - 1/10

Chave




… muito bem comportados. Por pouco não foram apanhados com a boca na botija: repare-se nos copos… já vazios.
os apanhados: Lourdino Marques, Emanuel e Fernando Josué
o paparrazi: Admário Costa Lindo



… sem saber o que fazer da maquineta. O amigo coça a orelha e faz-se alheio ao assunto, para não ter que reconhecer que também não entende patavina daquela geringonça.
os apanhados: João Paulo e Lourdino Marques
o paparrazi: José Manuel P. Delgado



… em plena actuação xingando o dos batuques: - ! O Muimbu ua sabalu nem que é nenhum rap, meu camba!
o apanhado: maestro da banda
o paparrazi: José Manuel P. Delgado



… em séria aula de táctica futebolística:
- É como lhe digo: baixar a bolinha e jogar à flor da relva.
- Mas como, pomba… relva não tem fulô!
os apanhados: um é o João Paulo; o outro não estou lhe reconhecer… mas que parece o seleccionador, o Sr Skalhar, lá isso parece!
o paparrazi: José Manuel P. Delgado
nota: a Isaura desvendeu o mistério (comentário a este bloco); mas continuo a dizer - que o Óscar Cancela parece o Sr Skalhar, lá isso parece!


… aos beijinhos à máquina fotográfica ...


… e a brincar ao Carnaval
a apanhada: Isaura do Pinda
a paparraza: Manela Lopes


… aflitinhos.
- Anda lá, estamos mesmo, mesmo à rasquinha… mas já não atinamos com o caminho
e a stôra lá traçou a rota… (ora sigam a ligação
»»») É por ali!
os apanhados: David Broalhos, Adélia e Rijo.
o pararrazi: João Manuel Trocado Paulo


… com o velho dilema: - Vou focar a piscina… ou a Dª Dinha ?
apanhado: o próprio paparrazi, João Manuel Trocado Paulo.


… novamente com problemas com a geringonça (esta é daquelas de tirar foto - com chapéu de matabicho - e da pópia, dois-em-um). Os amigos também não dão ares de entenderem da coisa, riem só para disfarçar. Para disfarçar também, é a garrafa de água vazia.
os apanhados: Lourdes Costelha, João Paulo e Juca
o pararrazi: António Mateus “Tònica”


… e chamaram reforços, aumentaram os sorrisos disfarçantes, mas o problema continua… e tão pesado que até já lhe fez baixar o braço! E vão 4 garrafas de água e 1 de vinho… o que se vê! A água é mesmo da marca “Água” e o vinho da marca “Vinho” (não se vê o rótulo mas eu sou testemunha).
os apanhados: Rijo, Isaura do Pinda, Lourdes Costelha, João Paulo e Juca
o pararrazi: António Mateus “Tònica”

16 de julho de 2007

Mulume ni Mukaji

Chave



Lourdes Esgaio e marido.


São Freixo e Manel Anacleto.


« Rijo e Isaura do Pinda ».




Nèquita e Alzira


Belinha PN e Norberto Santiago


Belmiro e Suzete



créditos:
1 – Alzira Petinga Paiva
2/3 – António Mateus “Tònica”
4/7 – Mariana Almeida Rocha

nota:
Mulume ni Mukaji, kimbundu = esposo e esposa, marido e mulher, casal.

O Sunguilo bloco III - 21/30



















O Sunguilo bloco II - 11/20



















15 de julho de 2007

O Sunguilo bloco I - 1/10

O Voo do Flamingo

Amigos e Amigas:

Não havendo coisa que se apegue mais a mim do que a poesia, vou ler-vos um poema que não é mais do que uma colagem de alguns outros que muitos de vós já conhecem, mas que foi a melhor forma que encontrei para assinalar este nosso encontro. O título que lhe dei, que é também o título de um dos poemas incluídos, diz-nos muito:




O Voo do Flamingo
(colagem poética)



voltar, amigo, é fácil
basta abrir a cicatriz,
sofrida, da alma dúctil
e seguir pela matriz

corrente rio que nos dá memória:
picada batida
a ferida aberta
em flor, a floresta
daquilo de somos e não perdemos
a vida partida
ofensa sarada
e o que nos resta:

a glória

de ser.

se escondemos a cortina da memória
é por querermos
sê-la inteira
e inviolável -

nem todos sentem
o que trazemos
na idade,

se encobrimos a retina da história
é por sabermos
tê-la arteira
e agitável -

nem todos sentem
o que guardamos
na saudade:

rojeira de âncora espedaçada pelo meio

cortina de água escorrida pela face
amor, impasse
ardor, paixão
réstia de mar desabrochada em cachão

fibra da alma extorquida pelo veio.


com asas sempre fomos.
crescemos de vela em vela
ao sabor das ondas

e na maré o tempo
furámos brumas caducas
rasgámos dos céus negrumes,

vencemos
garroas e calemas
bebemos águas insalubres
soubemos da chuva o improvável,

mas a vida brotou perene
das areias, nas águas, da porfia
no anzol em gancho.

por uma vez
com ribombos do trovão
nos aterraram

e aqui somos
fora do tempo e do espaço,

sabendo o que fomos
e ao que vamos.

pesco com dedos ágeis
geografias da infância
e mergulho fundo no tempo
oceano
a céu aberto

navego a costa sedenta
trepo dunas de sol ocre
e mergulho fundo no tempo
areal
de amor desperto.

pinda,
iona, curoca,
albina
ponta à ingratidão,
baía
barreiras, fundão,
negro cabo do perdão,

e subo
à tona
de alma leve.

corremos na mesma eira
de
matebas deslizantes
pela bola trumunante

e o suor pingue-pingando folias,

vogámos no mesmo mar
de
bimbas mareantes
pelo sonho palpitante

e o salitre morde-mordendo tropelias,

fomos no mesmo areal
carrinhos-
bordão berridantes
fitas buzina sonante

e o sol cloro-filando
casuarinas,

brincámos na mesma duna
soubemos do mesmo livro
saudámos todos os dias
toda hora a mesma calma

e se hoje o areal
filtra vozes do passado e cada passo
verte sombras sobre os trilhos do chão

se há coisas
que nos marcam como as linhas
que sabemos na palma aberta da mão

é da vontade,

a mocidade
que nos fez conquistar em cada amigo um irmão.

vinham do mar
cacimbos
refrescar tombuas sequiosas,
calemas, submersos vulcões
e helio-fornos
provar a fibra sibilina
de homens e mulheres
que agarram a vida
pelos cornos.
vinham navios, botes,
arrastões e palhabotes
encalhar nos fundões ao arear,
que o leteu namibe
contorna de grão a grão
para marcar que ali
só os filhos sabem navegar.

vinham coros boatados,
e as notícias de guerra,
e as guerras de notícia,

e do deserto a garroa colava
areia nos olhos ressudados.

e porque olhámos
sonhámos.

então embarcámos
nas asas do flamingo
o que é valor da fé -
um reflexo cor da rosa
nos espelhos da maré.

aspergimos águas pela face aberta,
o penhor da alma, no arder
e lambemos dos lábios o salitre,
o sabor da sina, no morder.

e voámos
e sonhámos.

e tanto voámos que nos enxergaram
e o sol mirrou,
e tanto sonhámos que nos avistaram
e a lua parou.

então

porque parámos
cuidámos.

sorvemos dos lábios o gemido,
o sofrer do siso, no escorrer
e respingámos prantos pela face nova,
o peso do fado, no renascer.

e crescemos
e vivemos.

e tanto crescemos que nos imitaram
e o sol sorriu,
e tanto vivemos que nos copiaram
e a lua bailou.

hoje carrilhamos
nas asas do flamingo
o que a esperança adia -
um reflexo cor da rosa
nas marés da utopia.


mas voamos
e sonhamos.

Agora
quero voltar ao areal perdido
e catar conchas búzios
e o sonho,

( ao
fimbar nas águas me tonifico
e recomponho )

e amochar esconde-esconde nas cavernas
de um barco pelos anos carcomido.
vou subir às tábuas deslizar nas dunas
e só parar à sombra duma velha casuarina.

beber água da
cacimba
e do batuque nocturno
vou centrifugar
o som enleante da
marimba.

vou pular
correr e saltar pela praia fora
vou fazer o pino
e arriscar pinotes na areia embora.

vou fazer do sonho
um lépido banzé ...
com
os amigos com quem partilho
a língua da maré.

quando escuto estas vozes
folhas da mesma palma,
quando leio estas frases
gérmenes da mesma alma,
vejo-me e sinto-me rei
de um país deserdado.

rostos d'halo luminoso
são a lente diáfana,
a limpidez da memória,
que me traz d'outro espaço
vetusto tempo e venturoso.

salmo
fado ou batuque
lágrima choro asnidade,
casa
cubata ou tapume,
nada lhes trava a vontade.

trazem no peito amarrado
o génio preso à saudade,
buscam no fel a doçura,
fincam do braço a firmeza
e trazem à tona a verdade.


quando leio estas vozes
lírios da mesma palma,
quando escuto estas frases
rosas da mesma alma,
vejo-me e sinto-me rei
de um país reinventado.




admário costa lindo
Portimão, 9 de Junho de 2007





nota:
no texto as palavras sublinhadas são ligações ao dicionário.

composição da colagem:

voltar, amigo, é fácil
fibra da alma
Alexandrenses Tombuenses
o mergulho
memórias da bimba
vozes
vinham do mar cacimbos
o voo do flamingo
no areal I
amigos II

crédito da imagem:
Clara Conduto